Festival de Filosofia de Abrantes - 2020

 

INTERVENÇÕES

09:30 // Abertura - Manuel Jorge Valamatos, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

09:45 // Os tempos da cidade - João Serra

10:15 // Cidade e Humanidade - João Seixas

10:45 // A cidade contemporânea, metabolismo urbano e reinvenção do quotidiano - António Covas

14:30 // Quem não é da sua terra não merece ser de parte nenhuma - Onésimo Teotónio Almeida


Falar de Filosofia a jovens não é nada fácil e muito mais difícil se torna fazê-lo por Zoom, pior ainda quando se trata de uma conversa transatlântica. Também eu já fui jovem e a Filosofia, de que aliás sempre gostei, não era nenhuma pera doce. Para mais, o nosso compêndio era em latim e tínhamos que decorar definições nessa língua, algumas das quais ainda hoje sei de cor. Mas rapaziada é rapaziada em qualquer parte do globo e em qualquer época. Daí divertirmo-nos com definições cábulas que circulavam na altura e que imagino terão chegado até vocês, tipo: A Filosofia é a ciência com a qual e sem a qual nós ficamos tal e qual.

Maldades juvenis, convenhamos. Brincadeiras à parte, esse ramo do saber - que é afinal um modo de saber - sempre obteve o meu respeito.

Na universidade onde leciono, os professores são conselheiros de alunos do primeiro ano porque o sistema, que é muito diferente do português, permite aos alunos uma grande liberdade de escolha das disciplinas que vão frequentar. Daí a importância da ajuda de um professor, pois os alunos sentem-se por vezes perdidos no meio de inúmeras possibilidades. Pois há poucas horas a Emily, minha orientanda, encontrou-se comigo via Zoom para fazer as suas escolhas das disciplinas que deverá completar no segundo semestre deste ano letivo, isto é, na próxima Primavera. Está interessada numa especialização em Ciências Políticas e estava a pensar matricular-se numa cadeira do Departamento de Filosofia intitulada “O Lugar das Pessoas”. Perguntava-me se eu achava boa ideia.

Comecei por lhe dizer que qualquer curso tirado no Departamento de Filosofia da Brown é boa ideia. Se ela fosse ao Website do Departamento e lesse a descrição dos objetivos e da missão do mesmo, encontraria o seguinte:
Os estudantes de Filosofia irão:

• Aprender a pensar analítica e criativamente sobre textos e questões filosóficas;
• Compreender os escritos das principais figuras da história da filosofia, incluindo Platão, Aristóteles, Descartes e Kant;
• Familiarizar-se com os argumentos e as abordagens em metafísica e epistemologia, bem como outras áreas da Filosofia, tais como a filosofia da mente e a filosofia da linguagem, mas também a ética e a filosofia política;
• Aprender a construir um argumento com lógica e a fazer derivações coerentes dentro dos vários sistemas formais;
• Produzir um significativo conjunto de trabalhos escritos.


Depois passámos então a conversar sobre a disciplina que ela escolhera, cujo conteúdo está resumido assim:


Professor Adam Pautz
O Lugar das Pessoas

Vamos concentrar-nos nalgumas questões fundamentais de metafísica e moral sobre nós próprios como pessoas: O que é que (admitindo que existe) nos concede um estatuto diferente dos outros animais? Será que temos o tipo de liberdade requerida para sermos moralmente responsáveis pelas nossas ações? O que é que faz de cada um de nós uma pessoa individual, um eu, num determinado momento? O que é que faz de mim hoje o mesmo indivíduo que foi aquela criança inconveniente de cinco anos que tinha o mesmo nome que eu e toda a gente identifica como a mesma pessoa que eu sou hoje?


Durante a conversa com a Emily lembrei-me imediatamente desta troca que iria ter hoje com vocês, que são apenas alguns anos mais novos do que ela.

Da organização do Festival de Filosofia de Abrantes pediram-me um título para esta minha fala e enviei cinco opções por achar que poderiam melhor do que eu selecionar a mais apropriada. O que é certo é que não me indicaram qual foi o título escolhido e agora, ao escrever hesito ainda. Opto por uma solução muito pragmática pois pretendo apenas abrir com uma introdução, ou seja, quero só prefaciar a conversa que gostaria de ter com vocês. Há meses que dou aulas exclusivamente via Zoom (costumo dizer que vivo num Zoomlógico, e sei bem quão difícil é manter interessados os jovens que estão do outro lado do ecrã, bem longe. Tenho uma aluna num seminário que vive no Tibete, pois este semestre os alunos não foram autorizados a vir para a universidade, e ela acorda às duas e meia da manhã para começar a aula às 3, quando são 3 da tarde nos EUA. Os meus alunos estão espalhados por 12 fusos horários.)

Por isso terei de me esforçar para não tornar esta conversa demasiado monótona. Para tal, não posso fazê-la muito longa.

Confessei a minha hesitação entre cinco títulos. Na verdade, qualquer um deles está dentro do tema que me propuseram: A cidade, termo português que vem do latim – civitas - que é o lugar onde há vida civil, isto é, pessoas de todo o género cruzando-se no dia a dia, diferentemente do mundo rural onde a comunidade é sobretudo literalmente a familiar e aquela com que se está familiarizado. Os gregos chamaram polis à cidade – por sinal, a palavra que deu origem ao termo político, pois na verdade é sobretudo na cidade que as questões da vida comum surgem com mais relevância. No mundo rural predominava o regime patriarcal e as normas sociais eram as aprendidas na família durante os anos de formação. Hoje estamos longe, muito longe desse tipo de vida. No mundo moderno, globalizado, achamo-nos, desde o momento em que começamos a atinar com os botões controladores da televisão e do telemóvel, instantaneamente globalizados. Vivemos todos na polis, na civitas, em sociedade, interligados, interconetados; daí estarmos todos sujeitos às normas que regulam a vida em sociedade.

Vamos então ao nosso tema. Indeciso sobre qual título escolher, vou explicitar as ideias gerais que me ocorreram a propósito de cada um deles. Elas servirão de ponto de partida para a conversa que teremos a seguir.

 
Quem não é da sua terra não merece ser de parte nenhuma

O local onde nascemos e crescemos marca-nos profundamente. Os animais são muito diferentes dos seres humanos. Minutos depois de nascer, um golfinho está a nadar. Em menos de uma hora, uma girafa está a andar. Em dois dias as aves saem voando do ninho. Cada animal repete o modelo de vida dos progenitores.

Os seres humanos, porém, levam anos a crescer porque nascem muito incompletos. O cérebro vai precisar de tempo para inteiramente se expor ao ambiente em que vai habitar. Em linguagem informática, vai deixar-se formatar pelo ambiente que o rodeia: as cores, os cheiros, os sons, tudo vai moldá-lo. Sobretudo até atingir a puberdade, a informação que lhe chega vai marcá-lo fortemente. É assim que a língua usada para comunicar pelas pessoas que rodeiam uma criança vai passar a ser a sua língua – a língua materna - pois vai impregná-la profundamente. Até o seu sotaque vai ficar sendo o sotaque que escutou e aprendeu desde tenra idade e mantê-lo-á igual toda a vida se permanecer sempre no mesmo ambiente e nada fizer para o mudar. É assim que ficamos marcados e passamos a considerar bom aquilo que temos e somos. Passamos a usar os nossos hábitos como bitola para medir os outros. No fundo, é precisamente o que Protágoras intuitivamente queria significar quando dizia que “o homem é a medida de todas as coisas; das que são, que elas são: das que não são, que elas não são”.

O lugar em que crescemos cresce em nós

Este título insere-se na mesma linha do anterior. O lugar onde crescemos cresce em nós. Dentro de nós. Fica a fazer parte de nós. É também nosso porque ao mesmo tempo ele passa a ser uma extensão de nós mesmos. A nossa família, os nossos amigos, os nossos vizinhos, os nossos companheiros de trabalho, de convívio, de desporto, de divertimento e de interação a qualquer nível.

Quer dizer que nunca somos nós sozinhos desde o momento em que nascemos. Cortam-nos o cordão umbilical, todavia passamos a criar laços que nos ligam às pessoas que nos rodeiam e com quem criamos interdependências de toda a ordem.


Identidade - o carimbo do lugar que nos molda

Suponho que já está mais ou menos clarificado o terceiro título que eu tinha sugerido. Não será preciso demorar neste ponto. Na vida acabamos por gostar daquilo a que nos habituamos, como acontece com os sapatos que adquirimos. Com o tempo, ajustam-se aos nossos pés e sentimo-nos confortáveis dentro deles. A propósito, existe em inglês a expressão tão confortável como um par de sapatos velhos.


Eu e a minha circunstância - eu e o meu ambiente circunstante

O meio que nos circunda molda-nos, como já disse, e molda-nos o gosto. As minhas circunstâncias são uma extensão de mim próprio, são também parte de mim. Eu moldo-as e elas moldam-me em interação recíproca.

 

Crescer como as árvores - os ramos alargam-se, as raízes aprofundam-se

Ninguém está condenado a permanecer sempre na sua terra. O mais normal, aliás, é isso não acontecer. Os sítios por onde passamos também entram de algum modo em nós e quanto mais cedo isso acontece mais eles nos marcam. Nós nem damos por isso. Só quando saímos do círculo a que primeiro nos habituámos é que nos apercebemos da falta que nos faz.

O grande ensaísta norte-americano David Foster Wallace contou uma vez a história de um peixinho que estava de manhã a nadar com o seu peixe-pai. Cruzou-se com eles um outro peixe amigo do pai que lhe perguntou: Como está a água hoje? O peixe-pai respondeu: Está muito boa. Então o peixinho perguntou ao pai: - Pai, o que é água?
Nós respiramos o nosso meio e nem damos por isso. Só quando nos falta é que dele nos apercebemos. O mistério da identidade tem a ver com isso. Sem o ar que habitualmente respiramos, sentimos que algo falta em nós. Evidentemente que quem emigra se adapta e incorpora novas realidades no seu mundo; contudo nunca perde a ligação às suas origens e até é normal estas ficarem ainda mais fortes.

O filósofo George Santayana disse que devemos crescer como as árvores: aprofundando as raízes e alargando os ramos para o alto e para os lados a fim de abrangermos um mundo maior.

Ao crescermos temos, portanto, de aprofundar o nosso conhecimento do meio que é o nosso, mas também alargar os horizontes de modo a incorporarmos e aceitarmos o mundo dos outros que se cruzam connosco.

Temos duas opções: seguir a lei da selva - cada um por si e vença o mais forte - ou conviver pacífica e cooperativamente procurando soluções benéficas para todos.

É mais do que óbvio que a opção que faz mais sentido para todos nós é a da cooperação, a da criação de regras que nos permitam conviver e colaborar, pois dessa maneira beneficiamos todos do uso dos talentos de cada um. Qualquer treinador de futebol sabe que a equipa que triunfa é aquela cujos talentos individuais se coordenam e harmonizam ajustando-se uns aos outros de modo a que possam combinar boas jogadas coletivas.

Na vida social é assim. Quando uma equipa ganha, é cada jogador que ganha também.

Não há nada de errado em lutar pela nossa equipa, apoiá-la e fazer com que ela ganhe. Se os outros fizerem o mesmo, estaremos todos a beneficiar pois o esforço de uma equipa leva a outra a esforçar-se igualmente para fazer o seu melhor. É sadio. Se tudo isto se desenrolar nas sociedades como no desporto em que as regras são cumpridas pelas partes envolvidas e todos se empenham numa boa partida, então a competição pode resultar em festa.

Claro que na vida não será preciso - e até nem convém - estarmos sempre competindo. Uma atitude desse tipo teria as consequências nocivas, por exemplo, dos nacionalismos exacerbados e dirigidos para o conflito em vez da coexistência pacífica das diferenças. O meu recurso à imagem do desporto teve o objetivo de acentuar a ideia da colaboração como sendo fundamental e útil não só para toda a equipa, mas para as várias equipas em confronto.

Tudo isto se aplica à cooperação necessária na nossa vida cívica, em sociedade, para que a nossa cidade, o meio em que vivemos, possa beneficiar da interação de todos. Quanto mais cada um de nós se valorizar, mais talentos terá para serem aproveitados pela equipa, pelo coletivo, pela civitas, pela polis. E não há dúvida que quanto mais diversificados forem os talentos dos membros envolvidos, mais rico será o coletivo, a totalidade, a soma das diversas partes. Hoje Portugal voltou a ser um país heterogéneo, como Lisboa foi quando esteve na vanguarda da Europa no século XVI. Há que integrar toda a diversidade que só nos enriquece. A nossa vida comunitária só terá a ganhar com isso. Seremos todos a valorizar-nos. 


Ao fim e ao cabo, é a isso que se dá o nome de democracia. O importante é percebermos que ela não nos cai do céu. Antigamente é que se acreditava no poder divino dos reis. A democracia, pelo contrário, nasce do chão e cultiva-se. Somos nós que a construímos e a mantemos. Os edifícios da cidade podem já existir há séculos, mas a civitas, essa é diariamente construída por nós.


18:00 // A condição urbana: a cidade como metáfora - Álvaro Domingues / Videógrafo Edu Silva


CIDADE, ÁRVORE QUE NOS ABRIGA E RAIZ QUE NOS SUSTENTA.


A cidade somos todos nós. É o espaço onde interagimos, construímos sonhos e pesadelos, vivemos experiências boas e más.

A cidade é rede de redes: onde nos deslocamos, que nos trazem sons, vozes, imagens de coisas, lugares e pessoas ausentes, o pão e água de cada dia, ou escoam resíduos do que consumimos.

A cidade não é só betão e alcatrão, mesmo com retalhos de verde. É rede entrelaçada com outras redes de cidades, por nós que também a ligam à paisagem que a alimenta. Como a bacia hidrográfica é o território do rio e seus afluentes, a cidade é o indestrinçável conjunto de interdependências entre o habitat, o ecossistema e o mundo.

Amaremos a cidade se nela não nos sentirmos sequestrados pelas circunstâncias. Porque a cidade somos nós e o que fazemos dela. A cidade é as consequências das nossas decisões. Para não nos enredarmos em escaladas de perigosas polarizações e construirmos uma cidade identitária, inclusiva, criativa, amigável e sustentável, teremos de respeitar o indivíduo e tornarmo-nos comunidade através dum compromisso ético que, como dizia Platão, nos junte em torno do que é melhor para a cidade e não apenas para cada um de nós.

 
Subscrevemos, por isso, as sete razões para amar a cidade, que adaptamos e adotamos do arquiteto urbanista brasileiro Luíz Carlos Toledo:


- Amamos as cidades que se reinventam.
- Amamos as cidades que têm esquinas, padarias e botequins…
- Amamos as cidades amigáveis que tratam bem habitantes e visitantes e onde se encontra quase tudo num quarteirão.
- Amamos as cidades com entretenimento e espaços de lazer para todos.
- Amamos as cidades que preservam o ambiente e protegem os seus bens ambientais dos especuladores imobiliários.
- Amamos as cidades que respeitam a sua história e a sua arquitetura.
- Amamos sobretudo as cidades inclusivas onde todos possam exercer a sua cidadania.



PROGRAMA


09:30
Abertura
Manuel Jorge Valamatos, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

 
Comunicações em vídeo

09:45
Os tempos da cidade
João Serra

10:15
Cidade e Humanidade
João Seixas

10:45
A cidade contemporânea, metabolismo urbano e reinvenção do quotidiano
António Covas

 
Comunicação em linha

14:30
Quem não é da sua terra não merece ser de parte nenhuma
Onésimo Teotónio Almeida
(Comunicação introdutória e interação com alunos do secundário.)

 
Comunicação em vídeo

18:00
A condição urbana: a cidade como metáfora
Álvaro Domingues



ORADORES


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Álvaro Domingues

A condição urbana:
a cidade como metáfora

 

 
Álvaro Domingues (Melgaço, 1959) é geógrafo, doutorado em Geografia Humana pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Desde 1999 é docente do mestrado integrado e do curso de doutoramento. É também membro do Conselho Científico. Como investigador do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da FAUP, tem desenvolvido atividade regular de investigação e publicação no âmbito de projetos com a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Ciência e Tecnologia, a CCDR-N, CCDR-C, a Xunta da Galiza, a Escola Técnica Superior de Arquitectura da Coruña, a Erasmus Iniversity of Rotterdam-EURICUR, o Club Ville Aménagement – Paris, o CCCB, Barcelona, com a Universidade Tècnica de Barcelona-Arquitetura, a Universidade de Granada – Planeamento e Urbanismo, a Universidade Federal de S. Paulo e do Rio de Janeiro - Brasil, as Universidades do Minho e Coimbra, os municípios de Guimarães e Porto, a Ordem dos Arquitetos, a Fundação de Serralves e a Fundação da Juventude, entre outros.

 
No CEAU-FAUP a sua atividade centra-se na Geografia Humana, Paisagem, Urbanismo e Políticas Urbanas, quer em termos de investigação, quer em termos de assessoria externa e formação. 


É cronista no jornal Público e autor de livros como Políticas urbanas (2004), A cultura em ação (2005), Cidade e democracia (2006), A rua da estrada (2009), Vida no campo (2012) e Volta a Portugal (2017).



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António Covas

A cidade contemporânea,
metabolismo urbano
e reinvenção do quotidiano

 
Doutor em Assuntos Europeus pela Universidade de Bruxelas e Professor Catedrático aposentado pela Universidade do Algarve. Para além dos Estudos Europeus o seu trabalho de investigação incide especialmente sobre as políticas do território e do mundo rural.

Mais recentemente a sua atenção tem incidido sobre as relações entre tecnologia e território, em especial sobre o modo como as transformações da era digital afetam o governo dos territórios, o quotidiano dos cidadãos e a smartificação de cidades e redes de cidades.

 
Autor de crónicas, nomeadamente no jornal Público, é também autor de livros como A governança europeia (2007), A grande transição: pluralidade e diversidade no mundo rural (2011), A caminho da 2ª ruralidade (2012), Territórios-rede: a inteligência territorial da 2ª ruralidade (2014), MultiTerritorialidades 1 (2015), A contingência europeia (2016), O futuro da gestão do poder local (2016), Territórios e desenvolvimento territorial (2017), O sexto continente: a nação Internet (2018), A grande transformação dos territórios (2018), A crítica da razão europeia: uma breve história do futuro (2019) e Cidades inteligentes e criativas: smartificação dos territórios (2020).



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João Seixas

Cidade e Humanidade

 
João Seixas (Viseu, 1966) é geógrafo e economista. Professor na FCSH da Universidade Nova de Lisboa, é investigador nas áreas dos estudos urbanos, da sociopolítica, geografia e economia das cidades e das metrópoles. É também professor convidado na Universidade Autónoma de Barcelona e na Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Doutorado em Geografia Urbana (UA Barcelona) e Mestre em Urban and Regional Studies (LSE, Londres). Comissário da exposição pública “Futuros de Lisboa”, 2018. Coordenador da Reforma Político-Administrativa de Lisboa. Consultor da DG Regio and Urban, Comissão Europeia.

 
É ainda consultor da Câmara Municipal de Lisboa e do programa URBACT (Políticas Urbanas, Comissão Europeia) e administrador da livraria Ler Devagar. Foi comissário da Carta Estratégica de Lisboa e tem coordenado projetos científicos e aplicados de desenvolvimento e regeneração urbana em cidades portuguesas, europeias e brasileiras. Tem diversas publicações nacionais e internacionais, sendo os seus livros mais recentes: Urban Governance in Southern Europe (2012); A Cidade na Encruzilhada (2013); Governação de Proximidade (2014); Em Todas as Ruas (2015).

Foi cronista de temas urbanos no jornal Público. Colabora com a Arquipélago Filmes no desenvolvimento da série "O Genoma Urbano" de que é autor.



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João Serra

Os tempos da cidade

 
João Serra teve uma longa carreira docente no ensino secundário e superior. Na ESAD.CR, a primeira comissão instaladora à qual pertenceu, participou na criação dos cursos de mestrado em Gestão Cultural, de que foi coordenador, e da licenciatura em Programação e Produção Cultural.

É titular da Cátedra Unesco em Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade e académico correspondente da Academia Nacional de Belas Artes. Historiador, é autor de diversos estudos sobre temas de história política e social portuguesa dos séculos XIX e XX. Integra a equipa de investigadores encarregada de elaborar uma História do Parlamento Português.

 
Coordenador científico e cultural da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça, integrou a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e é membro da Comissão de Conteúdos do Museu Nacional da Resistência e Liberdade de Peniche. João Serra foi ainda programador e presidente da Fundação Cidade de Guimarães, responsável pelo projeto Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.

Tem participado em projetos de planeamento e intervenção cultural em municípios como Leiria, Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Torres Vedras e Peniche. Foi assessor e Chefe da Casa Civil do Presidente da República Jorge Sampaio. Atualmente assume a coordenação da candidatura de Leiria a capital europeia da cultura.

João Serra detém diversas condecorações estrangeiras e portuguesas, nomeadamente a Ordem da Liberdade.



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Onésimo Teotónio Almeida

Quem não é da sua terra
não merece ser
de parte nenhuma

 
Estudou no Seminário de Angra do Heroísmo, bacharelou-se na Universidade Católica de Lisboa. Desde 1972 nos Estados Unidos, fez mestrado e doutoramento em Filosofia na Brown University, onde é catedrático no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros (foi seu diretor durante doze anos), no Wayland Collegium for Liberal Learning Renaissance and Early Modern Studies da mesma universidade, lecionando cursos interdisciplinares sobre valores e história cultural e das ideias.

Além de vários livros de ensaios, tem centenas de artigos dispersos que ultimamente tem reunido em volumes temáticos: De Marx a Darwin – a desconfiança das ideologias (2009, Prémio Seeds of Science 2010 para Ciências Sociais e Humanidades), O Peso do Hífen. Ensaios sobre a experiência luso-americana (2010) e Pessoa, Portugal e o Futuro (2014). Publicou ainda Utopias em Dói Menor – Conversas transatlânticas com Onésimo, conduzidas por João Maurício Brás (2012).

 
No género de crónica e conto, as suas mais recentes coletâneas são Quando os Bobos Uivam (2013), Aventuras de um Nabogador – Estórias em Sanduíche (2007) e Livro-me do Desassossego (2006). Onésimo. Português Sem Filtro (2011) é uma antologia de cinco livros esgotados.

Colaborador permanente do Jornal de Letras, é membro da Academia Internacional de Cultura Portuguesa e da Academia da Marinha e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.




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